A criança manifesta o seu mal-estar emocional através do comportamento e do corpo, é o sintoma que denuncia a angústia e desequilibrio emocional da criança. Há vários acontecimentos que podem levar a criança a ter por exemplo, comportamentos difíceis, dificuldades de separação, que surgem como alerta de que há algum tipo de sofrimento a funcionar como obstáculo ao seu desenvolvimento e bem estar.
Na criança pequena, dificuldades na linguagem, dificuldades nas mudanças, como por exemplo o nascimento de um novo irmão na família, e o facto de a criança mais velha ter de partilhar os pais, por vezes, é vivido com muita angústia. Uma perda de alguém querido, muitas vezes lutos complicados vividos pelos próprios pais e que alteram a dinâmica familiar, acontecimentos traumáticos, são alguns dos exemplos de situações que levam os pais a procurar ajuda.
À medida que as crianças se aproximam da idade escolar, é muitas vezes através de problemas como irrequietude, dificuldades na aprendizagem, na atenção, nas relações com os pares, comportamentos agressivos, ou uma grande inibição, que as crianças demonstram as suas dificuldades emocionais. Quanto mais cedo os pais e cuidadores se apercebem da ansiedade e angústia da criança mais fácil é de intervir. Um acompanhamento psicoterapêutico pode ser central no decorrer do desenvolvimento afectivo e intelectual da criança.
Na adolescência podem surgir problemáticas como anorexia, depressão, crises de ansiedade, dificuldade nas relações afectivas. A adolescência sendo uma fase onde se joga a autonomia e a separação é um processo complexo, muitas vezes terreno fértil para o aparecimento de sintomas que, se não olhados a tempo podem desenvolver-se com gravidade.